Quem sou eu

Minha foto
Maringá, Paraná, Brazil
Às vezes se faz necessário caminharmos contra a corrente para descobrirmos a nós mesmos. O exercício se resume em olhar nos olhos daquele que vem ao nosso encontro!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O NATAL DE NOEL



Emanuel caminhava lento pelas ruas da cidade. No ombro, além do peso dos oitenta anos passados, carregava um conjunto de roupas vermelha e branca.
Nos olhos, um brilho de esperança. No coração, a certeza de que por mais um ano carregaria consigo o emblemático título de Papai Noel, coisa que fazia há décadas.

O shopping estava repleto. Pessoas iam e vinham num frenesi alucinado de compras antecipadas para o natal.
A escada rolante transportava sonhos, que subiam e desciam, na mesma intensidade em que as ilusões de falsas necessidades se desfaziam ao findar de uma compra e se refaziam na próxima vitrine.
Sonhos e ilusões se fundiam nas coloridas luzes das imensas galerias.
Emanuel caminhava: irreconhecido ator do teatro da vida.

A barba branca, bem cuidada, documentava os verões passados. Os passos lentos comprovavam a lentidão dos dias e a solidão das horas, que se perdiam na linha do tempo, apagando da mente das pessoas o verdadeiro significado da velhice.
Agora faltava pouco. Mais uma quadra, de lojas e luzes, e veria despontar o tão almejado trono: o trono do rei Noel.

Emanuel parou. Uma pequena multidão aglomerava-se à sua frente. Com dificuldades embrenhou-se em meio aos empurrões e cotoveladas para ver a terrível cena: havia um Papai Noel em seu trono!

Suas pernas titubearam. O coração acelerou e a nítida imagem da verdade atirou ao chão seu mais sublime sonho, colorido de vermelho e branco.
Nenhuma palavra. O silêncio se fez rochedo em seu coração. As luzes que iluminavam sua aura se apagaram. A noite se fez em sua alma, e o caminho de volta para casa tornou-se um turvo rio.

Caminhou por horas solidão adentro, até assentar-se na sarjeta, já molhada pelo fino orvalho. Ao fundo, um terreno baldio fazia-se de lutuoso cenário. Olhos no infinito da noite; morada das lágrimas que caíam na finitude da vida, repletas de alma em agonizante espera. O sonho findara, e os vestígios de décadas de trabalho se esvaíram no ar, como a fina névoa que se rende aos primeiros raios de sol.
Emanuel chorou decepção e amargura. Decepção por não ter sido ao menos notificado da substituição. Amargura, por sentir-se insignificante após décadas de trabalho e sonho. Sentia-se nada, tal qual as ilusões que se desfaziam no semblante das pessoas, segundos após possuírem seus sonhos. Um nada desprovido de alma!

Um pensamento de morte sondou Emanuel. Cabeça baixa, coração partido, deixava-se levar ao fúnebre convite. O pulsar lento no peito cansado desacelerava o ritmo. Os olhos fechados viam a noite brotar em si, enquanto o silêncio era quebrado por um árido gemido.
Emanuel abriu os olhos, e na taciturna noite apurou os ouvidos.
O gemido repetiu-se, agora mais longo e forte. Levantou-se e instintivamente fitou a negritude do terreno baldio que lhe servira de lutuoso cenário. A face molhada ainda refletia a incontida dor quando deparou-se com um casebre de zinco, com a porta entreaberta. Um respirar ofegante direcionou seu olhar para o fundo do barraco, onde uma vela dava seus últimos suspiros a iluminar o corpo desvalido da jovem senhora em trabalho de parto. Braços estendidos, sem palavras, implorava pela vida: não a sua, mas daquele que estava por vir.

Emanuel abaixou-se e suavemente acariciou-lhe a fronte. Resvalou-se para os pés da cama e pacientemente completou o parto, enquanto a madrugada deixava-se parir, dando a luz a um novo dia: era natal na alma de Noel!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O CUIDADOR – A ARTE DE SER AMOR


Ao ser convidado pela diretora pedagógica da ANPR – Associação Norte Paranaense de Reabilitação – Ednéia de Oliveira Demitto, para ministrar uma palestra ao corpo de funcionários, estagiários e voluntários da referida entidade, jamais pensei em vivenciar tão bela experiência.

Como de praxe, antes de confirmar o pedido, procuro fazer uma visita à entidade para conhecer o ambiente, suas metodologias e crenças, sua história e particularidades para definir uma linha de pensamento na estruturação da palestra, a ser ministrada para um número superior a 120 pessoas.






Ao adentrar às dependências da ANPR, fiquei surpreso com o ambiente de paz e harmonia ali encontrado. Depois de uma calorosa recepção e um rápido diálogo com a diretora, fomos visitar seus vários setores: salas de aula, fisioterapia, refeitório, fábrica de artigos ortopédicos e outros.






Na medida em que caminhávamos pelos corredores, entre um setor e outro, uma forte emoção aplacou em mim. Cada cuidador que encontrava dirigia-me um olhar carinhoso e um cumprimento repleto de calor humano. Em cada sala, em cada ambiente, percebia-se algo diferente, incomum, quase inexplicável: o Amor pairava no ar!






Por inúmeras vezes tive que conter-me para não demonstrar tamanha emoção aos pequeninos que encontrava – como se fosse possível abster-me daquela realidade: a atenção, o carinho e o cuidado depreendido de cada ato, de cada gesto direcionado ao ‘outro’ que ali se apresentava com uma necessidade especial.






Confesso: o amor ali encontrado foi o combustível para desenvolver a temática da palestra baseada nos sete pontos da ‘Arte de Amar(1)’ de Chiara Lubich(2) e a mola propulsora de muitas reflexões sobre a ‘prática cotidiana’ da divina caridade, imersa em cada alma humana. Combustível este que não só ‘contaminou’ o conteúdo da palestra que durou quase quatro horas, mas que marcou com profundidade cada pessoa presente, possibilitando a construção de uma via de mão dupla, onde cada ser presente descobria-se partícipe desta criação.

Resta-me então, mais uma vez, agradecer o convite: Obrigado!

(1) A Arte de Amar - Chiara Lubich - Editora Cidade Nova, São Paulo.

(2) Chiara Lubich (1920 - 2008) - Fundadora do Movimento dos Focolares, Trento - Itália.


segunda-feira, 18 de outubro de 2010

MARIAS, MARIA

MARIA CLARA - IN MEMÓRIAN - 1996 - 2002



ESTE POEMA É UMA HOMENAGEM À NOSSA PEQUENA MARIA CLARA.

UM ANJO QUE MUITO NOS AMOU,
TRANSFORMOU NOSSAS VIDAS E
RETORNOU AOS CÉUS..

UM VERDADEIRO PRESENTE DE DEUS!!!


Acorda homem, acorda!
Quantas Marias terão ainda que nascer
Para que creias?
É por acaso que nasce o sol
Toda manhã?
E pelo mesmo acaso, escolhe ele
A quem dirige seus raios?
E nas manhãs cinzentas,
Quando cai a chuva,
Deixa o sol de existir?

Acorda homem! Toma a tua cruz.
Quantas Marias ainda terão que nascer
Para que creias?
Marias - Maria, Marias - José.
Marias - João, Marias - Tomé,
Maria Júlia, Maria Silva,
MARIA CLARA!

Acorda Homem... Acorda!
Quantas sementes ainda terão de morrer,
Espalhadas pelo caminho?
Semeias tu, ao acaso ,
O pão que tens a colher?
Por acaso, lhe é cobrado o sal da terra,
Que germina a semente;
Ou mesmo a boca,
Com a qual mastigas o pão?
Não seria por ti
Que desta semente,
Criança inocente,
Um anjo brotou?!

Acorda homem... Acorda!
Toma a tua cruz.
Quantas Marias terão que morrer,
Para que creias?
Marias-Maria, Marias-Luzia,
Marias-Patrícia...MARIA CLARA,
Marias-João!?

Acorda homem!
Serias tu, o único na terra
A não ter um encontro Marcado
Sem dia, nem hora,
Com Aquele que é a Glória
E a ressurreição?

Coragem, homem.
Toma pelas mãos tua Maria,
Semente de amor,
Que um dia,
Da tua cruz,
Alma de luz,
Renascerá!

Coragem homem.
Toma em tuas mãos,
outra mão
Mude a direção...
E vai !

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

PORQUE ME OLHAS?









PORQUE OLHAS MEU ROSTO,
SE O QUE QUERO MOSTRAR-TE
É MINHA ALMA?


TRANSPASSE, POIS, MEU CORPO
COM O FIO DA NAVALHA
QUE PULSA EM TEUS OLHOS E,
JULGA-ME, COM O FEL DA TUA BOCA.


NÃO IMPORTA-ME MORRER DO TEU VENENO!


MEUS ERROS VÃO FICANDO PELO CAMINHO, E,
A CADA TROPEÇO, RECOMEÇO.
ERGO OS OLHOS, E PERDÃO EU PEÇO,
E MEU 'ACERTO DE CONTAS'...
AH! ESTE É COM DEUS...
O ÚNICO JUSTO QUE CONHEÇO!!!

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

CRIATURA E CRIADOR

Nivaldo Mossato






Descobrir-TE em mim
É ver-TE refletido
Em cada pessoa humana
Que me permites conhecer.

É o humano que,
Repleto do Divino
Faz-se uma só pessoa,
Com toda a humanidade.

É como o sol que,
Transpassando uma gotícula de cristal,
Reflete-se numa maravilhosa
Matiz de cores:
Imensa via de amor, que,
Unindo Céu e Terra,
Aproxima Criatura e Criador.

É o Pai realizado no Filho;
É o Filho glorificado no Pai!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

O PESO DA CRUZ


Nos últimos anos, muito tenho pensado sobre minha vida de cristão, meu relacionamento com os irmãos e com a igreja.
Dúvidas e mais dúvidas vão surgindo e, na medida em que vou me aprofundando nas reflexões e na vivência do evangelho, pareço compreendê-las um pouco melhor; sem com isso, pensar-me um ser perfeito ou santo.

No entanto, há uma que, sinceramente, tem me tirado o sono: qual era realmente o peso da cruz de Cristo? Ou ainda: poderia um homem suportar o peso desta cruz por tão longo caminho, até o calvário?

Li e reli várias vezes os evangelhos à procura de uma pista e, nada. Horas e horas de pesquisa na internet e, só consegui algumas ‘sugestões’ que, sem uma âncora na verdade, não passam de ‘possibilidades’. Certeza mesmo, nenhuma.

Entre uma reflexão e outra, uma pergunta: (...) e qual a importância disso? E outra: (...) o que mudaria na minha vida de cristão se a cruz tivesse 45 quilos, em vez de 60, 70 ou até mesmo 80 quilos? E mais: (...) estaria eu ‘leiloando’ minha fé ou minha prática cristã de acordo com o peso da cruz de Cristo? Afinal de contas, de que ‘peso’ estamos falando?

Nossas convicções pessoais, os mitos familiares, a influência dos meios de comunicação, o regramento sócio-cultural, e, principalmente o capitalismo, muitas vezes, tem-nos encurralado num individualismo cada vez maior, impedindo-nos de compreender, com profundidade, o significado da ‘cruz de Cristo’, ou melhor, do seu real ‘peso’. (O que tem o individualismo a ver com isso? Você entenderá!)

Outro dia, num colóquio com um amigo, quando comentava sua experiência de vida, entre uma frase e outra, quase que tentando justificar seu ponto de vista, ele me falou: (...) não podemos ser um peso para as pessoas, ou mesmo, deixar que nossos projetos ou ações o sejam (...).
Imediatamente perguntei-lhe: de que peso você está falando? De que maneira podemos saber se somos realmente um peso na vida de alguém?

Quanto pesa um senhor com mais de 80 anos, doente, acamado por quase um ano, inválido, que com seu suado trabalho, no cotidiano da vida, criou honestamente sete filhos? Eu lhe respondo, caro amigo: para cada filho, haverá um peso. Para uns, será o peso de uma pluma. Para outros, de um elefante. Para outros, ainda, o peso será tanto, que se tornará impossível carregá-lo. Tudo depende do quanto você ama!

A cruz é assim: depende do quanto você a ama!
Caso estejamos falando do seu peso em quilograma, e, hipoteticamente, estivermos pensando em 60 quilos, no início de uma jornada, a cada passo dado, a sensação deste peso será alterado, na medida em que nossas resistências físicas forem alteradas. No caso de Jesus, por exemplo, o Cireneu, obrigado pelos centuriões, aliviou-lhe este peso, por quase todo caminho, até o calvário.
Podemos tirar daqui uma lição muito simples, mas eficaz: quanto mais pessoas nos ajudarem a carregar nossas cruzes, mais leves elas se tornarão. Ao fechar-me em minha dor, maior será sua intensidade. Se a compartilho, no amor, serei aliviado.

Afinal de contas, de que ‘peso’ estamos falando?
Por exemplo: qual o peso, para mim, do seus pecados? E os meus? Quanto pesam para minha família ou para minha comunidade?

Cristo tomou para si, todos os pecados do mundo, na sua paixão e morte. Na ressurreição, os restaurou à plena vida. Ele pagou com a própria vida os pecados de toda humanidade.
Eu lhe pergunto, caro amigo: quanto ‘pesou’ para Cristo o seu pecado?
Eu lhe respondo: tudo depende do quanto você ama!

Quando amamos, o outro não nos é um peso, é uma dádiva! O seu sofrer é meu, pois mergulho em sua realidade, para encontrar nela o Cristo vivo, que restaura e liberta. A sua dor é minha, pois ao fazer-me um(ª) com ele, dividimos a dor e ela se transforma em amor. Não somos nós que a transformamos, mas o Cristo entre nós que a transforma.

Quando não amamos, o outro não nos é uma dádiva, é um peso, uma infindável cruz, que arrastamos por toda eternidade!
O individualismo nos leva ao desamor, pois exprime a ausência do outro. Sem a presença do outro, Cristo não se revela. Sem Cristo, não há ressurreição. Portanto, sem o outro, o que nos resta é o peso da cruz, a ausência de Cristo, a solidão mais profunda que um ser poderia experienciar.


"Quem não tomar a sua cruz para me seguir não pode ser meu discípulo." Lc 14,27.



ª(Fazer-se um) Expressão utilizada por Chiara Lubich, fundadora do Movimento Focolare, para exprimir a síntese da Iª Carta de São Paulo aos Coríntios 16,19-22. (...) Eu que, sendo totalmente livre, fiz-me escravo de todos para ganhar a todos. Fiz-me judeu com os judeus a fim de ganhar os judeus. Com os que viviam sob a lei fiz-me como se estivesse submetido a ela, não o estando, para ganhar os que sob a lei estão. Com os que estão fora da lei fiz-me como se estivesse fora da lei, para os ganhar, não estando eu fora da Lei de Deus, senão sob a Lei de Cristo. Com os fracos, tornei-me fraco, para ganhar os fracos; fiz-me tudo para todos, para por todos os meios salvar alguns (...).














CUIDADO COM AS CRUZES PEQUENAS E LEVES: DEPENDENDO DA SITUAÇÃO, DE NADA LHE SERVIRÃO!!!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

ESCOLA E FRATERNIDADE


Na sua última visita pastoral à cidade de Mandaguaçu-Pr., o Arcebispo da Arquidiocese de Maringá, Don Anuar Battisti, se fez presente em vários setores da comunidade. Além da Igreja e catequese, Don Anuar visitou a Prefeitura, a Câmara Municipal, o comércio local, escolas, entidades assistenciais, a delegacia, onde esteve com os presos e, o corte de cana, onde passou o dia com os trabalhadores rurais.

Dom Anuar mencionou que o objetivo das visitas pastorais é conhecer os irmãos de todas as comunidades: "Já nos amamos uns aos outros, mas a partir do momento em que conhecemos as pessoas, passamos a amá-las ainda mais", completou.



Um dos pontos fortes foi a visita às escolas, onde pode fazer um contato direto com centenas de alunos, funcionários e professores. Entre as escolas que o receberam, destaca-se a Escola Municipal Barão do Rio Branco, na Vila Guadiana e a Escola Estadual Professor Francisco Perioto, no centro da cidade.



Recebido pela diretora Vera Volpato, pelos professores e equipe de funcionários da Escola Municipal Barão do Rio Branco, o Arcebispo foi surpreendido pelas crianças, quando estas lhe pediram para que ‘jogassem juntos o (1)Dado do Amor, durante a cerimônia de benção da escola.



Penetrando dignamente naquela realidade, Don Anuar aceitou o ‘desafio’, jogou o Dado e falou-lhes do amor gratuito que Deus tem por cada um e da responsabilidade que devemos ter em colocar em prática os seis aspectos da (2)Arte de Amar, transcritos nos vértices do Dado. Em resposta recebeu o ‘sim’, proveniente daqueles pequeninos que, com a prática lúdica do Dado, estão aprendendo o significado do amor ao próximo.

Na Escola Francisco Perioto, foi recebido pela diretora Sandra Freitas de Carvalho, equipe de professores e funcionários, que lhes falaram da realidade da juventude local e da satisfação proporcionada pela sua visita.

Em comunhão, o Arcebispo de Maringá comunicou sua experiência de vida, falou da origem humilde da sua família e do esforço constante para crescerem em unidade.

Comparou suas lutas e conquistas com os esforços que os alunos devem empreender na vida para alcançarem seus objetivos.
Incentivou-os a estudar e refletir muito sobre o que fazem hoje das suas vidas, pois amanhã não poderão culpar ninguém pelas suas escolhas.

Os alunos da sexta série o presentearam com dois exemplares do livro ‘O amor é uma arte – A fraternidade como instrumento pedagógico’, no qual relatam suas experiências de amor ao próximo no ambiente escolar e na família.


Expuseram-lhe o quanto estavam felizes em poder conhecê-lo pessoalmente, e que, se não fosse inoportuno, queriam pedir-lhe ajuda para realizarem um sonho um tanto quanto ambicioso: ‘fazer chegar ao Papa o livro com suas experiências’.

Com prontidão, Don Anuar se propôs fazer a entrega pessoalmente, quando da sua visita ao Vaticano, em novembro próximo, o que soou como uma grande conquista aos jovens escritores.

(1) O Dado do amor é o instrumento de socialização idealizado por Chiara Lubich, fundadora do Movimento Focolare, para difundir a (2)Arte de Amar entre as crianças. Ele traz impresso em seus vértices seis aspectos, os quais se vive de acordo com a face sorteada. Para saber mais: http://www.focolare.org

sexta-feira, 11 de junho de 2010

ECONOMIA DE COMUNHÃO E O PERFIL DO EMPRESÁRIO

Artigo semanal de Dom Anuar Battisti* publicado em O Diário




A Economia de Comunhão, idealizada por Chiara Lubich, do Movimento dos Focolares, tem como propósito a distribuição do lucro, de modo a construir e apresentar uma sociedade que possa ser semelhante à primeira comunidade de Jerusalém, onde “entre eles não havia necessitados”.

Para tanto, envolve empresários, trabalhadores, gestores, consumidores, cidadãos, estudiosos.

A espinha dorsal do projeto são as empresas que, livremente, decidem colocar em comunhão seus lucros, segundo três finalidades de igual importância, quais sejam:

1 – Ajudar as pessoas que estão em dificuldade, criando novos postos de trabalho, e satisfazer as suas necessidades básicas por meio de ações de desenvolvimento, começando com aqueles que partilham o espírito do projeto.

2 – Difundir a “cultura do dar” e da reciprocidade, sem a qual é impossível realizar uma Economia de Comunhão. 3 – Desenvolver a empresa, que deve permanecer eficiente e competitiva enquanto se abre à gratuidade.

Do ponto de vista da sociedade, ao longo do tempo, a palavra “empresário” concentra vários sentimentos. Ele é observado de modos opostos: há quem o considere um benfeitor social, que cria empregos, riquezas e bens. Em palavras simples, se diria “de direita”, ou seja, vê qualquer forma de empreendedorismo como positiva, capaz de levar ao desenvolvimento e à riqueza.

Por outro lado, há outra linha de pensamento que vê o empresário como o opressor que expropria a força de trabalho dos seus colaboradores e enriquece por meios ilícitos.

É no primeiro contexto que o empresário ganha importância fundamental ao se tornar um agente econômico que, percebendo oportunidades de lucro, toma a iniciativa de reunir fatores de produção numa empresa com o objetivo de sua continuidade e crescimento de suas atividades.

De um modo geral, podem-se reconhecer dois aspectos característicos do empresário: primeiro, o de empreendedor, por conviver bem com o risco e com a incerteza, ou seja, é uma pessoa que tem uma estrutura psicológica que o torna capaz de conviver com esses fatores e, segundo, o de especulador ou oportunista, ao visar lucros.

Para diferenciar esses aspectos, surge o empresário de EdC, do qual se podem citar quatro características básicas: é sempre membro de uma comunidade, ou dentro da empresa ou com outros empreendedores; tem como principal objetivo a fraternidade, mas não é ele somente que vive essa fraternidade, e sim alguém que a ativa ao seu redor, pois a EdC não é um projeto apenas de empresários ou somente uma ética que se propõe a tornar melhores os empresários; só se dá por satisfeito quando vê a sua comunidade empresarial se tornar um local de comunhão, e, por último, tem por fim a fraternidade, ou seja é um irmão de todos.

Portanto, se alguém leva a sério isso, desencadeia uma revolução. Por quê? Porque o modo normal de compreender o papel do empreendedor – seja ele de direita, de esquerda, de centro, liberal, democrático etc – é considerá-lo como o gestor da empresa.

Cabe acrescentar que o propósito principal do empresário de EdC não é “fazer assistência aos pobres”, mas proporcionar meios que diminuam a desigualdade social.

Deve-se orientar no sentido de criar uma comunidade onde se diminua a existência de pobres no sentido econômico, porque todos são pobres no sentido cristão e estão trilhando um caminho de fraternidade.

Para que seja possível exercer tudo isso, quatro pontos fundamentais podem ser destacados no desempenho da função de empresário da EdC: primeiro, é essencial tratar todos com estima, com escuta profunda.

Se as pessoas – trabalhadores, dependentes, executivos – não se sentirem estimados, mas simplesmente um número na empresa, eles não respondem aos estímulos; segundo, a dignidade. Quem recolhe o lixo deve sentir-se tão importante como o banqueiro.

Todos são tratados como verdadeiros irmãos. terceiro, a participação, ou seja, não se pode dizer pela manhã “vamos viver a comunhão” e durante o dia não fazer existir nenhuma forma de participação. Não é possível que a comunhão não se traduza em práticas participativas de todos os atores em algum nível.

Por último, a decisão da destinação da riqueza produzida pela empresa deve ser tomada em conjunto entre empresário e colaboradores. Dessa forma, espera-se que as relações humanas nas empresas de EdC possam proporcionar elevação de competitividade e, principalmente, harmonia entre proprietários e colaboradores, no sentido de que todos pratiquem a fraternidade como princípio de reciprocidade

*Don Anuar Battisti é arcebispo da Arquidiocese de Maringá-Pr.

Para saber mais sobre EdC - Economia de comunhão acesse:

www.edc-online.org

quinta-feira, 10 de junho de 2010

O CÂNTARO E A LUZ


A noite cai dentro de mim:
Meu cântaro transborda!
O fel que habita meu eu
Jorra sobre meus ideais.
O que seria de mim
Sem a misericórdia de Deus?!
Quem, além Dele, acolheria
Um vinho velho
Num odre novo?!
O sol desponta:
A aurora refaz o júbilo.
Meu eu descança,
Exaurido do mundo.
Tudo é novo
Aos olhos do Senhor!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O QUE É EXISTENCIALISMO - João da Penha



O QUE É EXISTENCIALISMO - João da Penha


RESENHA CRÍTICA -Nivaldo Mossato


PENHA, João da. O que é existencialismo. São Paulo: Brasiliense, 2004.


João da Penha, tradutor de poetas russos, como Lessiênin e Armátova, colaborou com várias publicações culturais em revistas especializadas, tais como a “Sociologia e Democracia” e “Encontros com a Civilização Brasileira”, abordando temas filosóficos e ensaios sobre filosofia. Escreveu vários livros, alguns ainda inéditos, sobre Sartre, Hegel, Gramsci e outros filósofos, além do “Ensaio sobre filósofos Pré-Socráticos”.
Neste texto, o autor aborda de forma expositiva, não só a história do existencialismo como “um fenômeno do pós-guerra”, como também a origem do termo “existencialismo”, suas correntes de pensamento, em primeiro e segundo plano, e, o defronta finalmente com uma linha “marxista” sob a visão de Sartre, filósofo francês, tido como o maior influenciador do existencialismo.
A transformação pela qual passou a humanidade após a segunda guerra, deixou vastas cicatrizes não só na Europa, eixo central do conflito, como em todo o mundo, originando um descontentamento geral, deixando descréditos em relação à capacidade humana de resolver os problemas sociais da época.
Mergulhada neste contexto, as idéias existencialistas ganharam força e se propagaram rapidamente, não só como uma corrente de pensamento, mas também como um estilo de vida.
Muito criticado pela igreja, que o julgava como uma doutrina que ameaçava os fundamentos da fé cristã, o existencialismo apoiava-se na reflexão de que a existência humana precisava ser considerada em seu aspecto particular, individual e concreto, ou seja, o homem precisava ser visto como um indivíduo único, separado em si mesmo, embora mergulhado na sociedade. Esta individualização do ser humano mostra-se presente na contribuição dos pensadores que filosoficamente antecederam ao existencialismo; Uma contribuição impregnada de eventos intrínsecos, particulares. Uma contribuição que se divide entre duas linhas de pensamento existencialista: o cristão, que aborda as idéias de Kierkegaard, Marcel e Kall Jaspers, e o ateu, que preconiza as idéias de Heidegger, Satre e outros filósofos franceses, além da incorporação da “fenomenologia” de Edmund Husserl.
Utilizando-se de uma metodologia comparativa, o autor permeia os caminhos do existencialismo, traçando paralelos entre as linhas de pensamento filosóficas que agregavam conhecimento ao movimento que “dominava” as páginas dos jornais do mundo todo e se consagrava nas palavras Sartre, em uma linha atéia de pensamento, e, de Kierkegaard, pensamento religioso, (de onde os existencialistas extraíram os temas básicos de sua reflexão) que afirmava que a existência individual não precisava ser explicada, mas vivida. Que o espírito humano é seu próprio “eu” que não estabelece relação com nada que lhe é alheio, e que, a existência concreta do indivíduo não pode ser ignorada. Segundo o autor, para Kierkegaard, a existência humana se estabelece em três estágios: o estético, o ético e o religioso.
No estágio estético o homem busca um sentido para sua existência, atuando sob um total domínio dos sentidos e sentimentos, ao bel prazer, fazendo suas “escolhas” embasado em suas próprias regras, e, que, no íntimo, descobre que em vez de se libertar, aprisiona-se numa existência vazia, desesperando-se.
No entanto, esse desespero, que para Kierkegaard é o que distingue o ser humano do animal, o impulsiona para a fase ética, acreditando que isso o libertará do marasmo existencial, pois a vida não é um jogo e cada um deve responsabilizar-se por seus atos. No entanto, a ética realiza o homem somente quanto “sociedade” e não como “pessoa humana”, pois limita-se as regras estabelecidas pela sociedade.
Somente no estágio seguinte é que o homem se realiza plenamente: no religioso. Somente nesta fase é que o homem alcança uma relação íntima com o ‘Absoluto”. Deus torna-se a “regra” do indivíduo, única fonte de realização plena, pois a razão humana é impotente para guiar suas próprias ações.
Embora Kierkegaard tenha contribuído com os temas básicos da reflexão existencialista, foi Edmund Husserl, filósofo alemão, que forneceu seu método de análise: a fenomenologia. Para Husserl, a filosofia deveria ser fundamentada cientificamente, conferindo-lhe um estatuto de saber, onde nada ficaria fora do seu campo de investigação. No entanto, essa nova ciência deveria ser embasada dentro de um processo de humanização, onde se cria uma nova relação entre o sujeito e o objeto, o homem e o mundo, o pensamento e o ser: a intencionalidade. Por ela, a intencionalidade, dentro do processo fenomenológico, a consciência e o fenômeno não existem separados um do outro, e a realidade deve ser descrita tal qual se apresenta à nossa observação, através do pensamento (noese) e do objeto desse pensamento (noema).
Como instrumento de análise, o método fenomenológico foi usado pela primeira vez pelo filósofo alemão Martin Heidegger, ex-aluno de Husserl, muito embora repudiasse veemente a idéia de ser classificado como existencialista, afirmando que sua doutrina de pensamento diferenciava-se do existencialismo em sua essência, pois o existencialismo trata da existência humana, centrado numa análise do homem em particular, individual e concretamente; enquanto que sua doutrina, a “Analítica Existencial” não denota nenhum interesse nesse aspecto, nem ao menos aos problemas que dela se originam. Busca sim, a autenticidade do homem na sua radical dualidade entre o “humano e o não-humano”.
Para Heidegger, a única certeza é a de que o homem existe, e, que é o único ser capaz de se angustiar. A angústia é resultante das suas limitações temporais e da falta de controle sobre o futuro. É na angústia que ele revela a autenticidade do seu ser: “- A angústia revela o ser autêntico, e a liberdade leva o homem a escolher a si mesmo e governar a si mesmo. E é na morte – última situação limite do homem - que ele se totaliza, não podendo jamais experimentar a morte alheia”.
Para Jean-Paul Sartre, o mais combatido dos existencialistas, ao contrário dos animais, no homem, a existência precede a essência, pelo simples fato de que ele é livre. A cada momento ele tem que escolher o que será no instante seguinte. Não há como fugir dessa escolha, pois a recusa em escolher, já é uma escolha. O homem deve ser inventado todos os dias.
Se a essência do homem precedesse sua existência, ele não seria livre, seria um ser predeterminado. A liberdade não é uma qualidade que se acrescenta ao homem, ela é o que o constrói como homem. Essa liberdade, no entanto, difere-se do contexto que a identifica como “livre arbítrio” e assume a dimensão da capacidade que o indivíduo tem de decidir sua vida e se responsabilizar por ela.
No entanto, ao escolher para si, o homem ultrapassa o limite de uma escolha individual e acaba escolhendo para os outros. A liberdade deixa de ser absoluta, ao passo que o homem vive em comunidade e a sociedade a qual pertence lhe impõe regras que em determinado momento geram situações de conflito: a guerra, o sofrimento, a morte. Diante desse fato o homem se angustia, reconhecendo-se livre e percebendo que já não é só o que escolheu ser, mas o que escolheu para si, escolheu também para a humanidade. A angústia da liberdade é a angústia das escolhas. A consciência se angustia mediante o medo de algo externo que ameaça sua existência.
O existencialismo ateu, segundo Sartre, não quer provar a inexistência de Deus. Concebe sim, a convenção de que é necessário que o homem creia que nada pode salvá-lo de si próprio, nem mesmo uma prova incontestável da existência de Deus. O existencialismo é uma doutrina de ação, onde a angústia, o desespero é um ativo que impulsiona o homem a agir, não pretende desvendar ao homem a infelicidade oculta em sua condição, mas ajudá-lo a enfrentá-la, já que é impossível ignorá-la. De tanto se debater contra ela, o homem acaba se esgotando.
Segundo a posição existencialista de Sartre, o mundo adquire significado através da consciência, pois sua característica principal é a intencionalidade e a sua tendência é estar voltada ao mundo exterior. A reconstituição mental das coisas, quando elas não se fazem presentes, é propriedade da imaginação que auxilia o trabalho da consciência.
Outra posição existencialista Sartreana, é em relação ao inconsciente. Para Sartre ele não existe. Se existisse, ele impossibilitaria ao homem ser responsável pelos seus atos. Todos os atos humanos e a origem dos complexos são conscientes: “o indivíduo acredita na mentira que prega, mas nem por isso desconhece a verdade que busca ocultar”. Para ele, a consciência divide-se em “ser e não ser”. Tudo que se passa na consciência tem explicação nela mesma. Tudo se revela. O indivíduo se revela através de seus atos.
Os pensamentos de Sartre, irradiados por todo mundo, demonstram claramente ter ocorrido através dos seus dotes filosóficos e de escritor. A grande influência exercida sobre a classe intelectual caracteriza-se pela diversidade, qualidade e quantidade de seus escritos, não só no campo da filosofia, como também no teatro, no jornalismo e na crítica literária. Suas obras transcenderam os objetivos filosóficos e impregnaram o cotidiano das pessoas levando o mundo a uma imensa reflexão.
Combatido direta e abertamente por vários segmentos da igreja e da sociedade, Sartre, contribuiu ainda com a poderosa reflexão entre o existencialismo e o marxismo, defendendo a fusão de idéias em vários de seus aspectos, entre eles, a de que o existencialismo e o marxismo tendem a exaltar a singularidade do indivíduo em seu contexto histórico, embora o marxismo tenha absorvido o homem na idéia e o existencialismo procura-o em todo seu convívio: em casa, na rua, no trabalho.
O autor mostra ainda, que outras correntes de pensamento fizeram-se representar fortemente no existencialismo, de tal forma, a que alguns, até erradamente, como o caso do fenomenólogo francês Maurice Merleau-Ponty e do escritor Albert Camus. No entanto, os que mais se destacaram foram Karl Jaspers e Gabriel Marcel, pela escolha individual e concreta da existência humana como base de suas reflexões.
Completando o incurso que o autor promove em seu texto sobre o existencialismo e suas correntes de pensamento, observamos a performance literária descrita de forma a se posicionar a um público mais específico, restrito à formação superior, embora iniciante, embasada em uma linguagem não popular, que requer uma visão reflexiva para seu entendimento.
Embora não traga em si, uma linguagem de senso comum, o autor não permite que a temática se perca ao longo do texto, e, procura justificá-la com embasamento científico, deixando transparecer a idéia central do pensamento a quem se refere, citando de forma original parte de seus escritos, contidos em suas principais obras.
Desta forma, há uma seletiva em seu enfoque, sendo a leitura destinada a “iniciantes da filosofia” que através do estudo de um contexto histórico, num processo de formação complementar, onde o leitor, de forma a agregar em si o conhecimento, possa ampliar sua visão de mundo, percebendo-o sob a luz da filosofia.
Um olhar que nos faz compreender que o “verdadeiro conhecimento” requer mais que uma simples leitura; requer um estudo reflexivo da sua essência.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

DADO DO AMOR EM OURIZONA-PR


Em um encontro realizado nas dependências do Colégio Estadual Professor Benoil Francisco Marques Boska, em Ourizona-PR., os professores conheceram as vertentes norteadoras do projeto 'A fraternidade como instrumento pedagógico', pautado nos princípios da Arte de Amar (Chiara Lubich, 1920-2008) onde o 'Dado do Amor' é seu instrumento de socialização, e nas conceituadas teorias do desenvolvimento de Piaget, Wallon e Vygotsky.

O mini curso, com duração de quatro horas, teve como síntese, além de compor o programa de orientação pedagógica, mostrar de forma prática e teórica que a fraternidade vivenciada na comunidade escolar contribui, em muito, com a formação de um aluno-cidadão, conhecedor de seus direitos e cumpridor dos seus deveres.

Ao expor aos professores o objetivo geral do projeto que resume-se em 'resgatar as relações humanas no exercício dos valores de solidariedade, respeito, cidadania e fraternidade, através de atividades lúdicas e interdisciplinares, contribuindo para um melhor comportamento do aluno dentro e fora da sala de aula, ampliando sua capacidade de atenção, assimilação, aprendizagem e socialização', buscou-se também um maior esclarecimento sobre seus objetivos específicos, tais como:
• Capacitar os agentes envolvidos no ensino escolar para a vivencia da fraternidade como prática pedagógica, utilizando o Dado do Amor, com os conteúdos específicos da Arte de Amar, como instrumento de socialização;
• Melhorar os relacionamentos em sala de aula entre os alunos e também com o professor;
• Tornar o ambiente escolar mais prazeroso através de uma cultura de paz;
• Incentivar a comunidade escolar à prática dos valores humanos;
• Conhecer e desenvolver os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos e o Estatuto da Criança e do Adolescente;
• Crescer o rendimento escolar dos alunos;
• Valorizar o trabalho do professor em sua sala de aula;
• Fomentar a motivação da prática do bem na formação de verdadeiros cidadãos críticos e solidários;
• Tornar prazeroso o trabalho coletivo (direção, professores, alunos, funcionários e pais) na escola;
• Valorizar a diversidade das idéias dos professores e alunos como uma riqueza na coletividade escolar;
• Socializar as experiências vivenciadas pelos(as) professores(as), alunos(as), funcionários(as) e pela direção;
• Auxiliar na redução dos índices de violência nas escolas, e, consequentemente na vida social;
• Promover a redução dos índices de repetência escolar (tida como não aprendizagem);
• Promover a inserção no convívio social;
• Promover o desenvolvimento da capacidade de auto-ajuda e de ajuda mútua;
• Proporcionar o desenvolvimento da espiritualidade (ecumênica);
• Ampliar e/ou promover a inserção da família no contexto escolar como instrumento de apoio ao aprendizado do aluno.
• Avaliar periodicamente o desenvolvimento do Projeto;
• Registrar a vivência dos participantes do Projeto;
• Planejar coletivamente a vivência do Projeto, articulando as dificuldades e sugerindo novas idéias.


Desta forma, observando o projeto dentro de uma visão sistêmica, busca-se alcançar a essência do 'ser e existir' de cada participante, contribuindo para seu melhor desenvolvimento e uma nova visão de mundo.

Segundo a equipe pedagógica do colégio, "(...) Não é difícil compreender que um gesto de amor multiplica a amizade, as experiências, o conhecimento. Os participantes deste encontro, gostaram da mensagem, pois também acreditam que esta filosofia, possibilita perceber a essência do ser humano, e, esta reflexão é significativa para a mudança de mentalidade e atitude, levando-nos à exercitar relações de afetividade no nosso dia a dia".

Observa-se, portanto, que os propósitos deste projeto rompem as barreiras e muros da comunidade escolar, contribuindo com a melhora dos relacionamentos na família e na comunidade em diversos aspectos:
• Mudança nos relacionamentos familiares;
• Mudanças nos relacionamentos intra e interpessoais;
• Desenvolvimento da capacidade de participação em grupos sociais;
• Transformação do contexto social através da inserção, agrupamento, parcerias e participações em outros projetos que venham somar e ampliar a capacidade e o potencial do índice de socialização dos participantes.
• Diminuição da violência familiar;
• Desenvolvimento da espiritualidade na família e na comunidade;

Para alcançar seus objetivos, este projeto busca unir três aspectos fundamentais da aprendizagem: a escola, a família, e o aluno; promovendo um novo olhar (sistêmico) sobre as dificuldades individuais e coletivas, trabalhando o ser humano no âmbito do corpo, mente e espírito em seus aspectos bio-psico-histórico-sócio-cultural; tendo como instrumentos:

A espiritualidade - Como a base da preparação do aluno, (a terra onde será plantada a semente do saber) onde o aprendizado é prático e ininterrupto, levando a criança ao respeito e à convivência pacífica com o próximo, gerando a fraternidade.

O Dado do Amor – Instrumento de socialização que permite à criança e ao jovem uma nova relação com as díades brincar/aprender, viver/socializar através da Arte de Amar, criado e desenvolvido por Chiara Lubich (Itália – 1920 – 2008; fundadora do Movimento dos Focolares).

A psicologia – Como instrumento de direção, controle e monitoramento do desenvolvimento do aluno em sua capacidade de aprendizado e de socialização, através da aquisição, por parte do professor e/ou responsável, do conhecimento e da aplicação de teorias e técnicas específicas ao desenvolvimento do ser humano, contribuindo com o fortalecimento da relação aluno/escola, família/comunidade.

A pedagogia – Como instrumento de transmissão do conhecimento, com seus métodos e formas de ensino, buscando integrar a planilha vigente à uma metodologia sistêmica que leva o aluno, professor e colaboradores a uma nova forma de aprendizado: o aprender para a vida.

O encontro terminou com um delicioso almoço oferecido pelo colégio aos participantes, permeado por laços fraternos que, fortalecidos, contribuirão para as transformações almejadas.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

PALESTRA EM ITAMBÉ - PR - A ARTE DE AMAR E O SENTIDO DA VIDA


Respondendo ao convite elaborado pelo Departamento de Assistência Social da Prefeitura Municipal de Itambé-Pr., através da psicóloga Francislaine Luchezi Moreski e da gestora do CRAS, Luciana Penha Antoniassi Coneglian, ministramos no salão paroquial daquela cidade, no dia 4 de maio deste, a palestra intitulada ‘O sentido da vida: o amor como realização pessoal’.


O evento fez parte de um ciclo de palestras mensais que integram o projeto ‘Cidadão Consciente’, que tem como objetivo, segundo seus organizadores, ‘proporcionar aos participantes o conhecimento e os meios preventivos, em temas diversos, integrando e implementando o envolvimento da população em ações que permitam a auto realização e a excelência do desenvolvimento pessoal’.


Contamos com a presença, entre quase uma centena de participantes, do Sr. Antonio Carlos Zampar, prefeito do município, de sua esposa Sueli Baraudo Zampar e uma heterogenia platéia formada por membros daquela comunidade.


Ao término do evento, após um momento de interação e reflexão, foram sorteados vários brindes aos participantes, entre os quais, alguns livros do projeto ‘O Amor é uma Arte – a fraternidade como instrumento pedagógico’, escrito e vivenciado por dezenas de alunos da Escola Estadual Francisco Perioto do Município de Mandaguaçu-PR.

O tema central da palestra pautou-se nos ensinamentos de Chiara Lubich (Itália,1920-2008), fundadora do Movimento dos focolares, através dos principais aspectos da ‘Arte de Amar, onde o ‘Dado do Amor’ é seu instrumento de socialização, desenvolvimento pessoal e espiritual; e na teoria existencialista de Viktor Emil Frankl (Viena,1905 — 1997), psiquiatra e psicólogo austríaco, que através da Logoterapia, criada por ele, cedeu-nos seus preceitos.


Sobre Chiara Lubich e Viktor Frankl vale aqui mencionar algumas particularidades interessantes: ‘enquanto nos campos de concentração, entre eles Auschwitz, Viktor Frankl era prisioneiro e vivenciava os horrores da segunda guerra mundial, Chiara Lubich, em Trento, na Itália, no mesmo período, era também vítima da mesma guerra, e que, entre um bombardeio e outro, via à sua volta tudo desmoronar: casas, hospitais, escolas, idéias e ideais.


Enquanto Frankl questionava qual o ‘sentido em sobreviver entre tantas mortes e destruição’, e se, ‘haveria algum sentido em tanto sofrimento’; Chiara questionava se ‘haveria no mundo algo que as bombas não pudessem destruir, e que, pelo qual valeria a pena viver’.

Ambos descobriram, cada qual de uma forma, de uma maneira específica, seus caminhos: sobreviveram aos horrores da guerra e extraíram desta terrível experiência um sentido maior para suas vidas. Contribuíram e contribuirão sempre, com seus preceitos e com suas vidas, para que a humanidade descubra que a real felicidade não está ‘dentro de cada um de nós’, e sim, fora de nós, na relação fraternal com o outro.

Viktor Frankl afirma que tudo na vida tem um sentido, e que, cabe a cada um de nós descobri-lo. Até mesmo no sofrimento mais brutal pode-se encontrar um sentido, um significado, se estivermos com nossa ‘bússula interior – o espírito humano’ voltado para o supremo significado. O sentido de nossa vida é inerente à nossas escolhas. Somente nós mesmos podemos encontrá-lo; e este encontro só ocorre se nos desapegarmos de nós mesmos e nos projetarmos em direção ao outro.


Chiara Lubich descobriu que o único ideal que uma bomba não poderia destruir, e que, por ele valeria a pena viver e até mesmo morrer, era Deus! E nesta descoberta, tão nova e tão antiga, deparou-se com outra realidade: Deus é Amor. Deus nos ama imensamente. ‘Mas se Deus é amor e nos ama imensamente, como nós, filhos de Deus, imagem e semelhança de Deus, podemos corresponder a este amor’? Pensou Chiara, e a resposta não tardou: Amando! Descobrindo Deus em cada um dos nossos irmãos. Vivendo-O no outro, vivo-O em mim mesmo.


Dois caminhos que nasceram sob as bombas e a crueldade humana, durante a segunda guerra mundial, se transformaram em caminhos de liberdade, de amor e esperança, para milhões de pessoas em todo o mundo. Dois aspectos norteadores que nos levam a uma só reflexão: só encontramos o ‘sentido’ de nossas vidas, na medida em que nos despojamos de nós mesmos e nos ‘arremessamos’ em direção ao outro. A felicidade consiste em fazer alguém feliz, pois, no amor, o que vale é amar!


"Nós que vivemos nos campos de concentração podemos lembrar de homens"que andavam pelos alojamentos confortando a outros, dando o seu último pedaço de pão. Eles devem ter sido poucos em número, mas ofereceram prova suficiente que tudo pode ser tirado do homem, menos uma coisa: a última das liberdades humanas - escolher sua atitude em qualquer circunstância, escolher o próprio caminho." (Viktor Frankl).


“Se tentares viver de amor, perceberás, que aqui na terra, convém fazeres a tua parte. A outra não sabes nunca se virá, e não é necessário que venha. Por vezes, ficarás desiludido, porém jamais perderás a coragem, se te convenceres de que, no amor, o que vale é amar! (Chiara Lubich).

terça-feira, 11 de maio de 2010

ITAMBÉ MINHA TERRA QUERIDA

Este poema é uma homenagem à minha Terra natal,
Itambé-PR., onde vivi tenra e feliz infância.


Vim rever-te, minha Terra;
Saúdo teu verde, sobre as águas do Ivaí.
A saudade em meu peito se fez quimera,
Das tantas primaveras que em teu seio vivi.


A poeira das tuas ruas, onde outrora,
Pegadas de menino eu deixei;
São marcas que construíram minha história,
É por isso, minha Terra, que eu voltei.



O Olavo Bilac, que às mãos de Eulália,
Os primeiros traços, no brochura rabisquei;
O teu hino, melodia que em meu sangue espalha,
São hoje, versos de um poema que sonhei.


Vim rever-te, minha Terra, minha sina.
Matar as saudades da casa de meus pais;
Banhar-me nas águas do ‘Keller’ e do ‘Bonina’,
Correr pelas pastagens, campos, e matagais.

Soltar pipa, maranhão sem rabiola,
Chupar manga, gabiroba e ‘Maria-preta’,
No campinho de terra, brincar de gude e jogar bola;
E aos domingos, o passeio de Lambreta.



O coreto, a igreja, a pracinha iluminada,
Onde tantas noites de pique-esconde brinquei;
O cinema do ‘Gigi’, o teatro da criançada,
Lembranças mil, que no peito eu guardei.



Vim rever-te, minha Terra,
Matar as saudades, curar os meus ‘ais’;
Doce infância, feliz primavera,
De um tempo distante, que não volta mais.
Nivaldo Donizeti Mossato - 10 de abril de 1959 - Itambé - Paraná - Brasil



sábado, 8 de maio de 2010

DIA DAS MÃES


O maior presente
que
uma
mãe
poderia receber
neste dia
seria (re)descobrir
que já o recebeu
no exato momento
em que
seu filho nasceu!
O maior presente do mundo é ser mãe!

segunda-feira, 29 de março de 2010

A ARTE DE AMAR - UMA EXPERIÊNCIA NA ESCOLA

O DADO DO AMOR PARA IMPRIMIR, RECORTAR, COLAR E JOGAR. DIREITOS RESERVADOS À EDITORA CIDADE NOVA: www.cidadenova.org.br e MOVIMENTO DOS FOCOLARES; www.focolare.org



Não poderia ser diferente: tudo começou quando decidi fazer um pequeno ato de amor para uma colega de curso que veio transferida de uma outra faculdade.
Eu havia percebido, já há alguns dias, que ‘aquela pessoa’, cujo nome eu ainda não sabia, aparentava estar cada vez mais triste. Aproximei-me na intenção de ‘ser amor’ para ela e ouvi-la; quem sabe poderia ajudar.
Perguntei-lhe se estava com algum problema e ela me falou da situação pela qual estava passando: havia começado a dar aulas numa escola de ensino fundamental na periferia de uma cidade próxima a Maringá-Pr. no início do ano. Já era meados de abril e ela ainda não havia conseguido interagir com os alunos, nem cumprir a proposta pedagógica.
A sala era muito desordeira, briguenta, não queriam fazer nada além de bagunça e falar palavrões. Isso a estava deixando frustrada como professora iniciante e já pensava em abandonar aquela experiência. Para permanecer na sala, tinha que chavear a porta, e mesmo assim, se descuidasse, havia alunos que fugiam pela janela. A violência e a sexualidade estavam muito afloradas, acima de qualquer normalidade. Ela não sabia mais o que fazer.
Falei-lhe, então, do Projeto do Dado do Amor; uma iniciativa de Chiara Lubich(1920-2008), fundadora do Movimento dos Focolares, que visa promover, através da fraternidade e do amor recíproco, uma mudança de comportamento social. A dinâmica consiste na vivência dos seis aspectos da Arte de Amar, estampados nos vértices de um dado. Joga-s
e o dado e procura-se vivenciar a frase sorteada. Esta experiência está sendo realizada em escolas de vários países, com excelentes resultados. Ela ficou interessada e coloquei-me à disposição para ajudá-la, desde que, autorizados pela direção da escola; o que não demorou acontecer.
O primeiro dia foi muito difícil,separei seis brigas na sala e foi impossível falar com eles. Ao terminar o horário eu estava exausto. Mesmo assim fui falar com a diretora, que já me esperava aflita, perguntando: você vai voltar?
Confesso que naquele momento a vontade era de desistir. Mas fechei os olhos e vi Jesus que clamava em cada uma daquelas crianças. Respondi: é claro que eu volto!
No segundo dia, cheguei na escola com uma frase no coração: 'realizar a vontade de Deus no momento presente'. Uma luz parecia indicar um novo caminho. Adotei outra estratégia. Fiz pequenos grupos de cinco alunos e consegui dar o primeiro passo, criando vínculos com cada um. Não falei do dado, por enquanto, só contei-lhes minhas experiências (muitas) e ensinei-lhes a fazer pequenos atos de amor. Repeti a estratégia várias vezes até conseguir que eles me ouvissem na sala de aula.
Imprimi alguns desenhos de cachos de uva e fiz-lhes uma proposta: 'para c
ada ato de amor que fizessem para o próximo, poderiam pintar uma uva. A professora iria, todos os dias, ouvir estas experiências e compartilhar com todos. Cada ato de amor vivenciado, dava o direito de transcrever a uva pintada para um painel maior, colocado na parede da sala, para que todos pudessem visualizá-lo'.
A cada encontro, os entregava a Jesus e os amava intensamente. Procurava senti-los em suas dores e necessidades. Abraçava cada um, em particular, e deixava que percebessem que podiam confiar.
O amor começou a circular. Os atos de amor começaram a surgir, um a um. A professora os acolhia e os levava à luz na sala. Quanto mais amavam, mais se sentiam amados e mais se doavam uns aos outros. Na quarta semana, as zeladoras da escola já diziam: a sala da Rosana nem parece a mesma, nem precisava limpar.
Um dia duas alunas vieram mais cedo para fazer um ato de amor para a professora: limparam a sala, arrumaram os armá
rios e as cadeiras. Foi uma grande surpresa para todos.
Outro dia, saiu uma briga na sala vizinha. A professora não conseguia conter a turma e pediu ajuda à professora da 'nossa' sala. Ao sair, pediu aos alunos que ficassem sentados e copiassem a matéria do quadro. No entanto, esqueceu de 'chavear' a porta. Ao retornar, vinte minutos depois, deparou-se com um silêncio absoluto. Sentiu as pernas tremerem ao lembrar que não havia fechado a porta e pensou que todos haviam ido embora, como sempre acontecia. Abriu a porta e deparou-se com uma nova realidade: 'todos os alunos estavam sentados, em silêncio, fazendo a cópia do quadro'. Ela chorou ao ver a cena e agradeceu a Deus por poder presenciar aquele momento.
Cada dia que passava percebíamos que 'um esforço de amor' se fazia presente na vida de cada criança. Eles queriam melhorar. Praticavam as experiências e começaram a 'contaminar' os coleguinhas das outras salas de aula.
Estendemos o projeto para as famílias dos alunos, reunindo os pais
uma vez por mês para sabermos como era a realidade familiar de cada um. Aos poucos, percebíamos que os pais também sentiam que havia 'algo de novo acontecendo' com aquelas crianças.
O aprendizado e as notas começaram a melhorar, progressivamente.
Como insentivo, fomos passear num centro de diversão infantil. O passeio foi patrocinado por algumas empresas que acreditaram no projeto e nos auxiliaram. Este momento ímpar na vida daquelas crianças contribuiu para que os laços de amor e reciprocidade que nos unia ficassem ainda mais fortes, dando sustentabilidade às ações que fazíamos em sala de aula para garantir o conteúdo didático. A professora era o ponto mais forte desta conecção. Vivia plenamente a 'arte de amar' com seus alunos, ao ponto de despertar o interesse de seus filhos e esposo, que com o passar do tempo, passaram a vivenciar também esta experiência. Ela não esperava ser amada. Amava por primeiro e compartilhava os resultados da sua vivência. Um amor tão forte que superou todas as dificuldades e fez brotar na sala de aula um clima de paz e harmonia. "No início - comentou a professora - eu não acreditava que este projeto poderia dar algum resultado positivo. Mas na medida em que os 'atos de amor' aconteciam eu percebia que alguma coisa mudava no comportamento deles. Quando aconteceu comigo, que fizeram vários atos de amor para mim, e, passaram a prestar mais atenção nas aulas, organizavam a sala, respeitavam-se e compartilhavam o lanche, material didático e brinquedos, percebi que era realmente pra valer. Não dava mais para duvidar". No segundo semestre implantamos o projeto em todas as salas do período da tarde, com resultados surpreendentes. Dois meses depois, uma exposição de cartazes coloriu as paredes da escola. Neles, as crianças 'contavam' através de desenhos e figuras, seus atos de amor, contribuindo assim com a propagação de suas experiências, levando outras crianças a 'imitarem' seus gestos. Outros voluntários do Movimento dos Focolares aderiram ao projeto, doando algumas horas do seu dia para estarem com aquelas crianças e com seus familiares. Iniciamos um ciclo de visitas para levar a 'boa nova' às famílias, numa tentativa de integrá-las com a escola. A experiência 'rompeu os muros' da escola. Os atos de amor das crianças passaram a serem reconhecidos pelos pais, que, nas reuniões davam seus depoimentos: 'percebi que meu filho estava diferente. Fazia coisas que normalmente não fazia, como juntar a louça, ajudar com os afazeres da casa (...) até abraços eu ganhei (...)'. Mesmo nas salas que eram tidas como as mais 'comportadas' os atos de amor faziam a diferença. Uma professora nos confidenciou: 'os alunos passaram a compartilhar seus pertences, a se preocuparem mais com o coleguinha e a ajudarem-se mutuamente nas tarefas (...) melhorou a organização e limpeza da sala e diminuiram os conflitos'. Com o passar dos meses, outras escolas do município queriam participar, implantando o projeto em suas turmas, principalmente naquelas com um maior índice de conflitos. Aos poucos, fomos nos 'ajustando' a esta realidade e atendendo, na medida do possível esta nova demanda. Numa destas escolas, na turma de quinta série, nasceu a realidade de escrevermos um livro. Os alunos faziam suas experiências e as relatavam em pequenos escritos. Na medida em que vivenciavam a Arte de Amar, transformavam suas realidades, melhorando a si mesmo e ao meio a que pertenciam. Estas experiências de amor foram transcritas no livro "O Amor é uma Arte - A Fraternidade como Instrumento Pedagógico", que hoje é utilizado para difundir o projeto nas escolas da região. Mais uma vez o amor rompeu fronteiras, e a experiência chegou à catequese. Mais de quarenta catequistas do município de Mandaguaçu participaram de um encontro de formação para implantarem o projeto do 'Dado do Amor'.


A história continua...na vida de cada um que, na sua medida, é capaz de olhar para fora de si, na direção do outro, e encontrar Jesus!