Respondendo ao convite elaborado pelo Departamento de Assistência Social da Prefeitura Municipal de Itambé-Pr., através da psicóloga Francislaine Luchezi Moreski e da gestora do CRAS, Luciana Penha Antoniassi Coneglian, ministramos no salão paroquial daquela cidade, no dia 4 de maio deste, a palestra intitulada ‘O sentido da vida: o amor como realização pessoal’.
O evento fez parte de um ciclo de palestras mensais que integram o projeto ‘Cidadão Consciente’, que tem como objetivo, segundo seus organizadores, ‘proporcionar aos participantes o conhecimento e os meios preventivos, em temas diversos, integrando e implementando o envolvimento da população em ações que permitam a auto realização e a excelência do desenvolvimento pessoal’.
Contamos com a presença, entre quase uma centena de participantes, do Sr. Antonio Carlos Zampar, prefeito do município, de sua esposa Sueli Baraudo Zampar e uma heterogenia platéia formada por membros daquela comunidade.
Ao término do evento, após um momento de interação e reflexão, foram sorteados vários brindes aos participantes, entre os quais, alguns livros do projeto ‘O Amor é uma Arte – a fraternidade como instrumento pedagógico’, escrito e vivenciado por dezenas de alunos da Escola Estadual Francisco Perioto do Município de Mandaguaçu-PR.
O tema central da palestra pautou-se nos ensinamentos de Chiara Lubich (Itália,1920-2008), fundadora do Movimento dos focolares, através dos principais aspectos da ‘Arte de Amar’, onde o ‘Dado do Amor’ é seu instrumento de socialização, desenvolvimento pessoal e espiritual; e na teoria existencialista de Viktor Emil Frankl (Viena,1905 — 1997), psiquiatra e psicólogo austríaco, que através da Logoterapia, criada por ele, cedeu-nos seus preceitos.
Sobre Chiara Lubich e Viktor Frankl vale aqui mencionar algumas particularidades interessantes: ‘enquanto nos campos de concentração, entre eles Auschwitz, Viktor Frankl era prisioneiro e vivenciava os horrores da segunda guerra mundial, Chiara Lubich, em Trento, na Itália, no mesmo período, era também vítima da mesma guerra, e que, entre um bombardeio e outro, via à sua volta tudo desmoronar: casas, hospitais, escolas, idéias e ideais.
Enquanto Frankl questionava qual o ‘sentido em sobreviver entre tantas mortes e destruição’, e se, ‘haveria algum sentido em tanto sofrimento’; Chiara questionava se ‘haveria no mundo algo que as bombas não pudessem destruir, e que, pelo qual valeria a pena viver’.
Ambos descobriram, cada qual de uma forma, de uma maneira específica, seus caminhos: sobreviveram aos horrores da guerra e extraíram desta terrível experiência um sentido maior para suas vidas. Contribuíram e contribuirão sempre, com seus preceitos e com suas vidas, para que a humanidade descubra que a real felicidade não está ‘dentro de cada um de nós’, e sim, fora de nós, na relação fraternal com o outro.
Viktor Frankl afirma que tudo na vida tem um sentido, e que, cabe a cada um de nós descobri-lo. Até mesmo no sofrimento mais brutal pode-se encontrar um sentido, um significado, se estivermos com nossa ‘bússula interior – o espírito humano’ voltado para o supremo significado. O sentido de nossa vida é inerente à nossas escolhas. Somente nós mesmos podemos encontrá-lo; e este encontro só ocorre se nos desapegarmos de nós mesmos e nos projetarmos em direção ao outro.
Chiara Lubich descobriu que o único ideal que uma bomba não poderia destruir, e que, por ele valeria a pena viver e até mesmo morrer, era Deus! E nesta descoberta, tão nova e tão antiga, deparou-se com outra realidade: Deus é Amor. Deus nos ama imensamente. ‘Mas se Deus é amor e nos ama imensamente, como nós, filhos de Deus, imagem e semelhança de Deus, podemos corresponder a este amor’? Pensou Chiara, e a resposta não tardou: Amando! Descobrindo Deus em cada um dos nossos irmãos. Vivendo-O no outro, vivo-O em mim mesmo.
Dois caminhos que nasceram sob as bombas e a crueldade humana, durante a segunda guerra mundial, se transformaram em caminhos de liberdade, de amor e esperança, para milhões de pessoas em todo o mundo. Dois aspectos norteadores que nos levam a uma só reflexão: só encontramos o ‘sentido’ de nossas vidas, na medida em que nos despojamos de nós mesmos e nos ‘arremessamos’ em direção ao outro. A felicidade consiste em fazer alguém feliz, pois, no amor, o que vale é amar!
"Nós que vivemos nos campos de concentração podemos lembrar de homens"que andavam pelos alojamentos confortando a outros, dando o seu último pedaço de pão. Eles devem ter sido poucos em número, mas ofereceram prova suficiente que tudo pode ser tirado do homem, menos uma coisa: a última das liberdades humanas - escolher sua atitude em qualquer circunstância, escolher o próprio caminho." (Viktor Frankl).
“Se tentares viver de amor, perceberás, que aqui na terra, convém fazeres a tua parte. A outra não sabes nunca se virá, e não é necessário que venha. Por vezes, ficarás desiludido, porém jamais perderás a coragem, se te convenceres de que, no amor, o que vale é amar! (Chiara Lubich).
Nenhum comentário:
Postar um comentário